Música e Saúde Mental: Relação e Benefícios
- Rochelle Affonso Marquetto
- há 3 dias
- 4 min de leitura

Você já reparou como a música entra em lugares que ninguém mais consegue acessar? Como ela se infiltra no silêncio dos nossos pensamentos e, sem pedir licença, acalma o que está inquieto — ou, por vezes, escancara o que tentávamos esconder?
Falar sobre música e saúde mental não é apenas abordar bem-estar de forma genérica. É entender que há uma inteligência emocional invisível no som. E que, muitas vezes, a música atua como uma ponte entre o que sentimos e o que conseguimos nomear.
Pesquisas mostram que que pacientes submetidos à musicoterapia apresentaram uma melhora de 25% em quadros depressivos.
Agora, convidamos você a entender como a música influencia nosso cérebro, emoções e comportamento.
Acompanhe!
Por que a música tem tanto poder sobre a nossa saúde mental?
A resposta está em algo simples, mas pouco falado:
A música fala a língua das emoções.
Enquanto as palavras tentam organizar o que sentimos, a música entra direto no coração da coisa. Ela mexe com a memória, desperta sensações e, muitas vezes, ajuda a soltar o que estava preso:
Uma tristeza guardada
Um riso esquecido
Uma lembrança boa que a rotina abafou.
Por isso, quando ouvimos uma música, o nosso corpo também sente:
A respiração muda
O ritmo do coração se ajusta
E até os hormônios do bem-estar, como dopamina e serotonina, começam a circular com mais força.
Isso importa porque estamos vivendo tempos acelerados, ansiosos e silenciosamente solitários. E a música pode ser uma boa companhia para manter a mente em equilíbrio.
Mas afinal, quais são os reais benefícios da música para a saúde mental?
Vamos dar exemplos de como aplicar hoje mesmo:
A música ajuda a acalmar a mente agitada
Sabe quando a cabeça não para, e parece que tem um redemoinho de pensamentos? Pois é. Músicas mais calmas, com batidas lentas, como lo-fi, instrumental suave ou até trilhas de filmes, ajudam a desacelerar o cérebro.
Por exemplo: crie um “momento de pausa” no fim do seu dia. Coloque uma playlist tranquila, apague as luzes, e permita-se respirar fundo. Só isso já pode diminuir sua ansiedade e melhorar seu sono.
Traz alegria e leveza, mesmo em dias difíceis
Aquela música animada que te faz dançar na cozinha sem querer não é só diversão — ela é um respiro emocional. Porque ouvir algo que te faz sorrir muda a química do corpo.
Por isso, nos dias em que tudo parecer pesado, experimente colocar sua playlist favorita e se mexer um pouco. Dançar, cantar ou simplesmente ouvir com atenção. O importante é deixar a música entrar.
Conecta você com suas emoções mais profundas
Tem músicas que fazem a gente chorar. E, às vezes, é disso que estamos precisando. Porque reprimir o que sentimos só adia o problema.
Uma boa música pode ser o que precisamos para deixar a emoção sair — sem julgamento.
Dica prática: se estiver sentindo algo que não consegue entender, coloque uma música que “combine com o que você está sentindo”. Escute com atenção. Depois, anote o que veio à tona. Isso é autoconhecimento em forma de som.
Resgata memórias importantes e ativa a sua identidade
Já reparou como uma música antiga te transporta para um momento específico da vida? Isso acontece porque o cérebro associa som e memória de forma muito forte.
Portanto, usar músicas marcantes pode ser uma forma de se reconectar com partes suas que estavam esquecidas — com sua infância, com pessoas queridas ou com momentos em que você se sentia mais forte.
Problemas que a música ajuda a aliviar (e que muitas vezes a gente nem percebe)
Além da ansiedade e da tristeza, a música também pode ser uma grande amiga em situações difíceis, como:
Insônia: músicas lentas antes de dormir ajudam a regular o ritmo do corpo e a desligar dos estímulos do dia.
Estresse crônico: trilhas relaxantes ao longo do dia ajudam o cérebro a não permanecer em “modo alerta” o tempo todo.
Solidão emocional: ouvir músicas que falam de sentimentos humanos cria conexão e nos lembra que não estamos sozinhos.
Contudo, é importante um alerta: nem toda música faz bem sempre.
Se você estiver ouvindo músicas que só reforçam sofrimento, abandono ou autossabotagem, pode acabar afundando ainda mais.
Por isso, preste atenção em como você se sente depois de ouvir. A música precisa curar, não aprofundar feridas.
Como usar a música de forma prática para cuidar da saúde mental?
Agora, vamos às estratégias práticas e eficientes para cuidar da sua saúde mental incluindo a música na sua rotina:
Crie playlists com propósito
Monte diferentes playlists para diferentes momentos: uma para relaxar, outra para focar, uma para dançar, uma para refletir. Assim, você ensina o seu cérebro a acessar emoções específicas com mais facilidade.
Use a música como diário emocional
Escolha uma música por dia e escreva o que ela desperta em você. Pode ser uma lembrança, uma sensação, uma reflexão. Isso ajuda a organizar sentimentos e entender melhor seu estado emocional.
Inclua a música nos seus rituais
Ao acordar, durante o banho, na hora de dormir… Escolha momentos fixos do dia para se conectar com a música. Isso cria rituais emocionais que ajudam a manter a estabilidade mental.
Cante, dance, se movimente
Não se preocupe com afinação ou passos certos. O importante é deixar o corpo expressar o que sente. Cantar e dançar liberam tensões que, muitas vezes, ficam presas nas emoções que não conseguimos falar.
Respeite os silêncios também
Por outro lado, lembre-se que o silêncio também é parte da música. Não use som o tempo todo. Permita-se sentir, respirar, pensar. O equilíbrio é o que realmente cura.
Reflexão Final
A música e a saúde mental estão diretamente interconectadas. Música não é só entretenimento, é memória, emoção, energia. É forma de expressão, cura e reconexão.
Por isso, cuide da sua trilha sonora como quem cuida de um jardim emocional. Escolha com atenção o que você ouve. Observe como se sente depois. E lembre-se: a música pode ser a ponte entre a sua dor e a sua cura.
Finalmente, uma pergunta para você refletir:
Qual música te entende mais do que as pessoas ao seu redor? E por que ela te toca tanto assim?
Talvez a resposta esteja aí dentro — esperando para ser ouvida.
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