Entender os sinais de depressão pode ser muito importante para ajudar a identificar a necessidade de procurar ajuda.
O Brasil tem a maior taxa de prevalência de depressão na América Latina, com 5,8% da população afetada, o equivalente a 11,7 milhões de brasileiros
Neste artigo, vamos falar sobre o que é a depressão, suas diferenças com a tristeza e a ansiedade, e listar 9 sintomas principais.
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O que é Depressão?
A depressão é uma doença mental que atinge sentimentos, emoções e pensamentos. Ela interfere e prejudica na realização de atividades normais e rotineiras.
Segundo a OMS, mulheres apresentam duas vezes mais chances de desenvolver depressão do que homens. A origem do distúrbio está ligada a fatores genéticos, ambientais e químicos cerebrais.
É bom lembrar que depressão não é simplesmente uma "tristeza profunda", mas um transtorno mental sério que pode levar a graves consequências quando não tratado.
Depressão no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5)
O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, quinta edição (DSM-5), é um guia amplamente utilizado por profissionais de saúde mental para diagnosticar e classificar os transtornos mentais.
A depressão é abordada no DSM-5 sob a categoria de Transtornos Depressivos, e possui critérios específicos para seu diagnóstico.
9 sintomas de depressão e critérios diagnósticos
Para o diagnóstico de depressão, o DSM-5 estabelece que pelo menos cinco dos seguintes sintomas a seguir devem estar presentes durante um período de duas semanas.
Humor deprimido: A pessoa fica deprimida na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo (sentir-se triste, vazio, sem esperança) ou por observação feita por outras pessoas (ficar trancado no quarto por muito tempo).
Perda de interesse ou prazer: Marcada diminuição do interesse ou prazer em todas, ou quase todas, as atividades na maior parte do dia.
Perda ou ganho de peso: Mudança brusca de peso sem estar em dieta (por exemplo, uma alteração de mais de 5% do peso corporal em um mês), ou diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias.
Insônia ou hipersonia: Problemas com o sono, como dificuldade para adormecer, dormir demais ou acordar no meio da noite.
Agitação ou retardo psicomotor: Agitação ou lentidão psicomotora observável (não apenas sensações subjetivas de inquietação ou de parecer mais lento).
Fadiga ou perda de energia: Sentir-se cansado ou com pouca energia quase todos os dias.
Sentimentos de inutilidade ou culpa demasiada: Achar que não se tem valor ou sentir culpa excessiva ou inapropriada (que pode ser delirante).
Diminuição da capacidade de pensar ou de concentração: Capacidade reduzida de pensar, de se concentrar ou de tomar decisões.
Pensamentos de morte recorrentes: Pensamentos recorrentes de morte (não apenas medo de morrer), ideação ou tentativa suicida recorrente, com ou sem um plano específico para cometer suicídio.
Importância do Diagnóstico
O diagnóstico correto de depressão segundo os critérios do DSM-5 é essencial para garantir que a pessoa receba o tratamento certo.
Geralmente ele inclui avaliação clínica completa, entrevistas estruturadas ou semiestruturadas que ajudam a planejar a melhor forma de tratamento
Diferença entre Depressão e Tristeza
Tristeza é uma emoção normal que todos sentimos em resposta a situações difíceis, como no caso da perda de um familiar ou de um fracasso. Ela é passageira e não atinge tanto nossas atividades diárias. Já a depressão é persistente e pode durar semanas, meses ou até anos.
Diferente da tristeza, a depressão impede a realização normal de tarefas, pois afeta os níveis de energia, motivação e capacidade de se concentrar.
Mesmo atividades simples, como levantar da cama, tomar banho, ou ir ao trabalho, podem parecer extremamente cansativas e um verdadeiro obstáculo.
Diferença entre Ansiedade e Depressão
Ansiedade e depressão também são distúrbios diferentes, mas costumam ocorrer juntos, pois ambas implicam desequilíbrios químicos no cérebro e podem ser desencadeadas por situações de estresse.
Ansiedade é a preocupação forte e excessiva que pode vir acompanhada de medo ou nervosismo sobre um fato ou situação específicos.
Causas e Fatores de Risco
Estudos mostram que a depressão em alguns casos é hereditária. Pessoas com parentes próximos que têm depressão possuem um risco maior de desenvolver a doença.
Ela também pode estar associada a mudanças nos níveis de neurotransmissores no cérebro, como serotonina, dopamina e noradrenalina, responsáveis pela regulação do humor.
Além disso, fatos estressantes ou traumáticos, como abusos ou negligências vividas na infância, também podem contribuir.
Outras causas costumam decorrer de traços de personalidade como:
baixa autoestima
pessimismo
ser muito dependente das pessoas
ser autocrítico ou perfeccionista
Fatores de Risco Adicionais:
Histórico de depressão: Ter episódios anteriores de depressão aumenta a probabilidade de futuros episódios.
Problemas de saúde crônicos: Doenças crônicas como diabetes, câncer, doenças cardíacas ou esclerose múltipla podem aumentar o risco de depressão.
Uso de substâncias: O abuso de álcool e drogas pode causar ou piorar a depressão.
Hormônios: Alterações hormonais, como as que ocorrem durante a gravidez ou menopausa, podem desencadear depressão em algumas pessoas.
Isolamento social: A falta de suporte social ou relacionamentos conturbados podem aumentar a vulnerabilidade à depressão.
Dados da OMS indicam que mais de 264 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão. É a principal causa de incapacidade globalmente e contribui de forma importante para a carga geral de doenças.
Como Saber se Tenho Depressão
Está se perguntando se pode estar com depressão? Fique de olho em alguns sinais: tristeza constante, perda de interesse em coisas que você costumava gostar, mudanças no apetite e no sono, cansaço físico, sentimento de culpa e pensamentos suicidas.
Se você perceber que esses sintomas estão presentes por mais de duas semanas, é hora de procurar um profissional de saúde mental.
Tipos de Tratamento
Identificar os sinais de depressão é o primeiro passo para buscar ajuda.
Existem várias maneiras de tratar a depressão:
Terapia: Conversar com um psicólogo ou psiquiatra pode ajudar a entender melhor seus sentimentos e a encontrar maneiras de lidar com eles.
Medicamentos: Antidepressivos podem ajudar a ajustar os desequilíbrios químicos no cérebro.
Estilo de Vida: Atividades físicas, uma alimentação saudável e uma boa noite de sono podem melhorar bastante os sintomas.
Suporte Social: Falar com amigos e familiares, ou participar de grupos de apoio, pode ser muito útil.
Lembre-se, cada pessoa reage de forma diferente aos tratamentos.
Por isso, é importante encontrar a combinação que funcione melhor para você, com a ajuda do terapeuta.
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