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Doenças Ocupacionais: o que é, quais são e como prevenir

  • Foto do escritor: Rochelle Affonso Marquetto
    Rochelle Affonso Marquetto
  • 3 de jun.
  • 4 min de leitura

doenças ocupacionais

Doenças ocupacionais estão se tornando um problema grave de saúde pública - e, mais do que nunca, precisam ser discutidas com seriedade.


Você já parou para pensar que o ambiente de trabalho, muitas vezes considerado apenas um local de produtividade e metas, pode se transformar em uma fonte silenciosa de adoecimento? 


Infelizmente, essa é a realidade para milhões de trabalhadores no Brasil e no mundo. 


Mas, afinal, o que é uma doença ocupacional? Quais são os principais tipos? Como ela impacta a vida dos trabalhadores e das empresas? E, principalmente, como podemos prevenir e garantir os direitos dos trabalhadores com doenças ocupacionais?


Vamos falar mais sobre isso, acompanhe!


O que é doença ocupacional?


Doença ocupacional é aquela causada ou agravada pelas condições do trabalho. Isto é, ela surge em decorrência direta da atividade profissional ou do ambiente laboral. Por isso, não é exagero dizer que um trabalho mal estruturado, sem pausas, ergonomia ou gestão adequada de riscos pode literalmente adoecer.


E não estamos falando de algo raro: entre 2007 e 2022, o SUS registrou quase 3 milhões de casos de doenças ocupacionais no Brasil. Em 2023, foram 390 mil casos notificados relacionados ao trabalho.


Essas doenças não afetam apenas o colaborador, mas também a produtividade das empresas, os custos com afastamentos e a imagem institucional.


Quais são os tipos de doença ocupacional?


Existem diversos tipos de doenças ocupacionais, mas algumas se destacam pela frequência e gravidade. Vamos entender as principais:


  1. LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho)

Essas são, de longe, as doenças mais comuns. Envolvem dores nos ombros, punhos, costas e braços, causadas por movimentos repetitivos, má postura ou longos períodos na mesma posição, como digitar ou carregar peso.


Entre 2007 e 2016, o Brasil registrou 67.599 casos de LER/DORT — um aumento de 184%!


  1. Burnout

Síndrome do esgotamento profissional. Não é só cansaço: é uma exaustão extrema física e emocional, provocada por estresse crônico no trabalho. Atinge principalmente profissionais sob alta pressão.


Desde 2022, a OMS reconhece o burnout como uma doença ocupacional com CID próprio.


  1. Doenças respiratórias e pulmonares

Comuns em trabalhadores expostos a poeiras, produtos químicos ou ambientes com ventilação inadequada. Causadas pela inalação de poeiras, fumaças ou produtos químicos, comuns em indústrias, obras e ambientes com pouca ventilação.


  1. Doenças mentais

Além do burnout, ansiedade, depressão e transtornos de estresse pós-traumático também são comuns, principalmente em ambientes tóxicos ou com assédio moral.


  1. Dermatites e alergias ocupacionais

Causadas por contato com substâncias químicas ou biológicas sem os devidos EPIs, como coceira, vermelhidão e descamação da pele.


  1. Doenças causadas por agentes biológicos

Muito comuns na área da saúde. Em 2023, 26,8% das notificações foram por exposição a material biológico, relacionadas a contaminação por sangue, fluidos corporais e outros materiais infecciosos durante procedimentos assistenciais.



saúde mental no trabalho

Qual a diferença entre doença ocupacional e doença do trabalho?


Essa é uma dúvida comum e importante. Toda doença ocupacional é uma doença do trabalho, mas nem toda doença do trabalho é ocupacional.

  • Doença ocupacional: tem relação direta com a função desempenhada. Por exemplo, um digitador que desenvolve LER.

  • Doença do trabalho: tem relação indireta com o ambiente ou as condições. Por exemplo, um trabalhador que desenvolve asma por conta da poeira no ambiente.

Ambas podem ser equiparadas a acidente do trabalho, o que garante ao trabalhador uma série de direitos, como veremos a seguir.


Doença ocupacional: quais são os direitos do trabalhador?


Aqui entra um ponto crucial. Muitos trabalhadores sequer sabem que têm direitos garantidos por lei ao sofrerem com uma doença ocupacional. Vamos deixar isso claro?


  • Estabilidade no emprego

Quem se afasta por mais de 15 dias e recebe auxílio-doença acidentário (B91) tem garantia de estabilidade de 12 meses após o retorno ao trabalho.


  • Recolhimento do FGTS durante o afastamento

Diferente do auxílio-doença comum, no caso da doença ocupacional, a empresa deve continuar depositando o FGTS.


  • Aposentadoria por invalidez

Se o trabalhador não puder mais exercer sua função, pode ter direito à aposentadoria por invalidez acidentária — que é mais vantajosa financeiramente do que a previdenciária comum.


  • Reabilitação profissional

O INSS pode oferecer cursos e treinamentos para que o trabalhador seja realocado em outra função.


  • Indenizações

Caso fique comprovado que a empresa foi negligente, o colaborador pode entrar com ação judicial por danos morais, materiais e estéticos.


Portanto, é essencial conhecer e divulgar esses direitos. Empresas que agem com responsabilidade, além de evitar passivos trabalhistas, constroem um ambiente mais seguro e humano.


Como prevenir doenças ocupacionais?


A prevenção deve ser prioridade. Afinal, cuidar da saúde do trabalhador é investir na saúde do negócio. A seguir, veja estratégias aplicáveis:


  1. Mapeamento de riscos

Realize uma análise completa dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais. Só é possível prevenir o que se conhece.

  1. Adote pausas programadas

Funcionários que realizam tarefas repetitivas devem ter pausas regulares. Isso reduz drasticamente os casos de LER/DORT.

  1. Ofereça ergonomia 

Cadeiras, mesas, monitores, suportes — tudo deve ser adaptado à realidade do colaborador. E, claro, com orientação técnica de ergonomistas.

  1. Cuide da saúde mental

Programas de escuta, psicoterapia organizacional, treinamentos de inteligência emocional e combate ao assédio moral são essenciais.

  1. Treinamentos contínuos

Funcionários bem informados sabem como agir e se proteger. Além disso, sentem-se mais valorizados.

  1. Acompanhe os indicadores

Monitore afastamentos, queixas recorrentes, ergonomia, e busque melhorias contínuas.


Conclusão: é possível produzir sem adoecer?


Doenças ocupacionais não são um tema distante ou “problema dos outros”. Elas estão em escritórios, hospitais, fábricas, escolas. E podem ser prevenidas com responsabilidade, planejamento e empatia.


De fato, os dados são alarmantes: em 2023, o INSS registrou mais de 600 mil acidentes de trabalho e mais de 2.800 mortes. E o mais grave: muitos desses casos poderiam ser evitados com prevenção, informação e respeito.


Portanto, investir em saúde ocupacional não é gasto. É gestão inteligente, humanizada e estratégica. É proteger o capital humano, o maior ativo de qualquer empresa.


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