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PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos): o que é, qual a importância e como elaborar

  • Foto do escritor: Rochelle Affonso Marquetto
    Rochelle Affonso Marquetto
  • 5 de jun.
  • 6 min de leitura

pgr

Falar sobre prevenção, cuidado e segurança é sempre um dever, e quando se trata de ambientes organizacionais esse cuidado precisa ser sistematizado. 


Por isso, hoje vamos tratar sobreo PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos, um termo que ainda parece técnico, mas que pode evitar esgotamento, adoecimento ou acidentes no ambiente de trabalho.


Neste artigo, você vai entender melhor sobre o programa, por que ele é essencial, como elaborar passo a passo e como aplicar na sua empresa ou instituição.  Vamos lá?


O que é o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos)


O PGR é um conjunto de ações obrigatórias para empresas que atuam sob o regime CLT. Ele foi criado para garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos os colaboradores. 


Além disso, é regido pela Norma Regulamentadora NR-01 que estabelece as Disposições Gerais sobre saúde e segurança ocupacional. 


Assim sendo, o programa precisa ir muito além de um documento genérico. Ele deve ser um instrumento prático, acessível e atualizado, que tem como objetivo identificar, avaliar e propor ações para o controle de riscos ocupacionais – sejam eles físicos, químicos, biológicos, ergonômicos ou psicossociais.


Qual a importância do PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos)


Vamos refletir: como garantir a segurança dos trabalhadores e o sucesso da empresa, se não conhecemos as ameaças que podem surgir no dia a dia?


O PGR é essencial porque:


  • Protege a saúde física e mental dos trabalhadores, ao criar um ambiente mais seguro e menos estressante.

  • Evita acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, prevenindo afastamentos e problemas legais.

  • Reduz custos com indenizações, tratamentos médicos, substituições de funcionários e processos trabalhistas.

  • Fortalece a reputação da empresa, mostrando compromisso com a responsabilidade social e ambiental.

  • Aumenta a eficiência operacional, já que processos mais seguros são também mais estáveis e produtivos.

  • Garante conformidade legal, evitando multas pesadas e embargos fiscais.


Estima-se que para cada real investido em segurança no trabalho, as empresas podem economizar até 4 reais em custos diretos e indiretos.

Por esse motivo, o PGR é um verdadeiro investimento na longevidade da empresa e no bem-estar das pessoas.



saúde mental no trabalho

Estrutura básica de um PGR


Para ser eficaz, o PGR deve ser composto, no mínimo, por dois documentos essenciais:


  1. Inventário de Riscos

Aqui está o coração do PGR. É nesse documento que você vai identificar todos os perigos presentes no ambiente de trabalho, classificá-los e analisar como eles podem afetar a saúde ou integridade dos trabalhadores.


Esse inventário deve conter:


  • Descrição dos ambientes e atividades (o que é feito em cada setor).

  • Lista de perigos identificados (por exemplo: ruído, poeira, produtos químicos, esforço físico, estresse).

  • Classificação dos riscos conforme:

  • A probabilidade de o acidente ocorrer.

  • A gravidade das consequências.

  • Medidas de controle já existentes e sua eficácia.


  1. Plano de Ação

Com os riscos mapeados, é hora de traçar estratégias práticas para prevenir acidentes e doenças ocupacionais.


O plano de ação deve apresentar:

  • Quais riscos precisam ser controlados com prioridade.

  • Medidas específicas para cada risco.

  • Prazos, responsáveis e forma de monitoramento.


Além disso, o PGR não pode ser um arquivo morto. Ele deve ser revisado sempre que houver mudanças no processo de trabalho, acidentes ou novas tecnologias.


Como elaborar o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos)


Agora sim: vamos ao processo real de como construir um PGR funcional e adaptado à sua empresa. Aqui está o passo a passo detalhado:


  1. Identificação dos Riscos

A base de tudo. Analise:


  • O layout da empresa.

  • As atividades desenvolvidas.

  • As máquinas e ferramentas utilizadas.

  • O comportamento das equipes e o clima organizacional.

  • Inclua riscos psicossociais, que muitas vezes são negligenciados:

  • Pressão excessiva,

  • Assédio moral ou sexual,

  • Falta de pausas,

  • Jornadas exaustivas.


Faça entrevistas com os colaboradores e rode checklists padronizados. Às vezes, quem vive o risco no dia a dia tem insights que o gestor não vê.


  1. Avaliação dos Riscos

Com a lista em mãos, é hora de analisar cada risco sob dois critérios principais:


  • Probabilidade de acontecer (baixa, média, alta).

  • Severidade das possíveis consequências (leve, moderada, grave, fatal).

Essas informações ajudam a definir prioridades: quais riscos precisam de ação imediata e quais podem ser monitorados com mais flexibilidade.


  1. Desenvolvimento do Plano de Ação

Agora sim: mãos à obra!

Com base na hierarquia de controle, proponha medidas que sigam esta ordem:


  • Eliminar o risco na fonte (por exemplo, substituir um produto tóxico por outro menos agressivo).

  • Controlar o risco com medidas coletivas (ex: barreiras, sistemas de ventilação).

  • Controlar com medidas administrativas (ex: pausas, rodízios, limitação de jornada).

  • Uso de EPIs, sempre como última camada de proteção.


  1. Implementação e Treinamento

De nada adianta um plano perfeito se ele não for colocado em prática e compreendido pelas equipes.


  • Treine todos os envolvidos com linguagem clara.

  • Use simulações, vídeos, quadros visuais.

  • Mostre não só o que fazer, mas por que fazer.


  1. Monitoramento Contínuo

O ambiente muda. Novos riscos surgem. Equipamentos são trocados. E o PGR precisa acompanhar tudo isso.


  • Revise o PGR pelo menos uma vez ao ano ou sempre que houver mudanças relevantes.

  • Estabeleça indicadores de segurança (ex: número de acidentes, taxas de absenteísmo, auditorias internas).

  • Faça auditorias e inspeções regulares.


Como implementar o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) na sua empresa


Até aqui, vimos como estruturar e elaborar um PGR completo e eficaz. Mas só colocar tudo no papel não garante que ele funcione na prática.


A verdadeira transformação acontece quando o programa passa a fazer parte da cultura da empresa. Ou seja, quando todos - da liderança aos colaboradores - entendem, aplicam e mantêm o compromisso com a segurança.


Veja como fazer isso acontecer:


  1. Engajamento da Liderança

O exemplo começa de cima. Se os gestores não estiverem engajados, o PGR corre o risco de virar um protocolo ignorado.


Conscientize a liderança mostrando dados concretos: redução de afastamentos, economia com processos trabalhistas, aumento da produtividade e até melhora no clima organizacional.


  • Dica: Apresente casos de sucesso e indicadores que mostrem o ROI (retorno sobre investimento) em segurança.


  1. Treinamento Contínuo

Não basta fazer um único treinamento e esperar que tudo corra bem. O PGR exige capacitação constante, atualizações e reforço das boas práticas.


Promova cursos periódicos, dinâmicas de segurança e DDS (Diálogos Diários de Segurança).

Use exemplos reais da empresa para tornar o aprendizado mais tangível.


  1. Participação Ativa dos Trabalhadores

Quem está na linha de frente percebe riscos antes de qualquer auditoria. Envolver os trabalhadores é fundamental para o sucesso do PGR.


  • Crie canais para sugestões.

  • Estimule a autoavaliação de riscos.

  • Valorize quem contribui com melhorias.


  1. Comunicação Transparente

A gestão de riscos deve ser um tema acessível e presente no dia a dia da equipe. Nada de documentos trancados ou reuniões fechadas só para a gerência.


  • Comunique ações do PGR por meio de murais, e-mails, reuniões e até WhatsApp corporativo.

  • Explique o porquê de cada medida, e não apenas o que deve ser feito.


  1. Utilização de Tecnologia

Soluções digitais como o Scopi, SOC, 8D, e outros sistemas de gestão facilitam o acompanhamento do PGR. Elas permitem:


  • Monitorar indicadores de risco.

  • Centralizar documentos e planos de ação.

  • Gerar alertas automáticos para revisões ou treinamentos.

  • Assim sendo, a gestão de riscos se torna mais ágil, integrada e fácil de auditar.


Quais empresas são obrigadas a elaborar o PGR?


Em resumo, todas as empresas que possuam empregados regidos pela CLT devem elaborar o PGR.


Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) com grau de risco 1 ou 2 podem ser isentas da obrigatoriedade de elaborar o PGR, desde que não apresentem riscos ocupacionais físicos, químicos ou biológicos. 


Além disso, devem declarar eletronicamente que se enquadram nesses critérios, conforme previsto na legislação vigente. Entretanto, é importante ressaltar que, mesmo que haja dispensa formal da obrigação, o gerenciamento de riscos não deve ser negligenciado. 


Em outras palavras, qualquer empresa, independentemente do porte, deveria investir em práticas de segurança para proteger seus colaboradores e a própria continuidade do negócio.


Qual a diferença entre PGR, PCMSO e PPRA?


Em muitos momentos, surgem dúvidas: o que diferencia o PGR de outros programas de saúde e segurança no trabalho, como o PCMSO e o antigo PPRA? Vamos esclarecer:


  • PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos): Tem como foco principal identificar, avaliar e controlar todos os tipos de riscos ocupacionais, incluindo físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. Ele substituiu o antigo PPRA, trazendo uma abordagem mais ampla e integrada.

  • PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional): Regido pela NR-07, o PCMSO é focado na preservação da saúde do trabalhador por meio de exames médicos periódicos, admissionais, demissionais e de retorno ao trabalho. Ou seja, ele monitora o impacto dos riscos sobre a saúde dos colaboradores.

  • PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais): Era uma exigência anterior, prevista na NR-09, que tratava apenas dos riscos ambientais físicos, químicos e biológicos. Com a modernização das NRs, o PPRA foi incorporado ao escopo do PGR, que agora também considera riscos ergonômicos e de acidentes.


Portanto, podemos dizer que o PGR não só modernizou como também ampliou o conceito de gerenciamento de riscos no Brasil.


Reflexão Final


De fato, adotar o Programa de Gerenciamento de Riscos como parte do DNA da empresa é cuidar do que existe de mais precioso: as pessoas. Assim sendo, não se trata apenas de cumprir uma obrigação legal ou evitar penalidades financeiras, mas sim de criar ambientes onde todos possam trabalhar de forma segura, produtiva e feliz.


Além disso, empresas que investem em segurança e bem-estar se tornam mais resilientes a crises, mais competitivas no mercado e mais admiradas por clientes, parceiros e pela sociedade como um todo.


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