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Ecoansiedade: O que é? Entenda a Ansiedade pelo Clima


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Nos últimos anos, falar sobre mudanças climáticas deixou de ser um debate restrito a cientistas e ambientalistas para se tornar uma preocupação global. Ondas de calor, queimadas, enchentes e secas extremas já fazem parte da rotina de muitas regiões. Mas, além dos impactos visíveis na natureza e na economia, existe uma consequência menos comentada, porém, igualmente séria: a ecoansiedade.


Esse termo descreve a angústia e o medo relacionados às mudanças climáticas e ao futuro do planeta. Não se trata apenas de uma preocupação momentânea, mas de um estado emocional que pode afetar profundamente a saúde mental de pessoas de diferentes idades.

Neste artigo, você vai entender o que é ecoansiedade, como ela afeta o bem-estar psicológico e quais estratégias podem ajudar a lidar com a ansiedade ambiental.



O que é ecoansiedade?


A ecoansiedade é definida pela American Psychological Association (APA) como o “medo crônico de um desastre ambiental”. Diferente de uma preocupação pontual, é uma sensação constante de insegurança em relação ao futuro do planeta e da humanidade.


Ela surge a partir da percepção de que as mudanças climáticas estão fora do controle individual e podem ameaçar a vida de milhões de pessoas. Essa sensação de impotência, somada à avalanche de notícias negativas sobre o meio ambiente, pode gerar sofrimento psicológico intenso.



Sintomas mais comuns da ecoansiedade

Embora cada pessoa reaja de uma forma, alguns sintomas costumam estar presentes em quem sofre com a ansiedade climática:


  • Preocupação constante com o futuro do planeta.

  • Sensação de impotência ou desesperança.

  • Insônia ou dificuldade de relaxar após consumir notícias ambientais.

  • Culpa por hábitos de consumo considerados prejudiciais ao meio ambiente.

  • Medo de catástrofes naturais.

  • Tensão muscular, palpitações ou sintomas físicos semelhantes à ansiedade generalizada.


Vale destacar que esses sintomas podem variar de intensidade. Em casos mais graves, a ecoansiedade pode evoluir para transtornos como depressão, síndrome do pânico e transtorno de estresse pós-traumático.


Por que a ecoansiedade está crescendo?

A ecoansiedade está diretamente ligada ao aumento da consciência ambiental. Quanto mais informações recebemos sobre a gravidade da crise climática, maior a sensação de urgência e, em muitos casos, de angústia.


Alguns fatores que intensificam esse fenômeno são:


  • Exposição constante às notícias climáticas: redes sociais e portais de informação amplificam a sensação de catástrofe iminente.

  • Vivência de desastres naturais: pessoas que já enfrentaram enchentes, secas ou queimadas tendem a desenvolver níveis mais altos de ansiedade ambiental.

  • Preocupação intergeracional: jovens e adolescentes costumam sentir mais fortemente a ecoansiedade, pois visualizam um futuro diretamente impactado pelas mudanças climáticas.

  • Cultura do “doomscrolling”: hábito de consumir de forma compulsiva notícias negativas, que reforça a percepção de que não há saída.


Ecoansiedade e saúde mental: impactos no “clima interno”

Assim como o planeta enfrenta crises, o ser humano também experimenta mudanças no seu “clima mental”. A ecoansiedade pode gerar uma sensação de paralisia psicológica, dificultando a tomada de decisões ou até mesmo o engajamento em ações sustentáveis.


De um lado, ela pode ser um motor de mudança, motivando atitudes positivas, como reciclar, reduzir o consumo e apoiar políticas ambientais. Por outro, pode levar à exaustão emocional, quando o medo supera a capacidade de agir.


Por isso, psicólogos já enxergam a ecoansiedade como um desafio emergente da saúde mental contemporânea.


Como lidar com a ecoansiedade?

A boa notícia é que existem estratégias para transformar essa ansiedade em ações mais saudáveis e equilibradas. Veja algumas delas:


1. Reconheça e valide seus sentimentos

Entender que a ecoansiedade é uma resposta normal a uma ameaça real ajuda a reduzir a autocobrança. Validar a própria angústia é o primeiro passo para cuidar dela.


2. Equilibre informação e bem-estar

Estar informado é importante, mas o excesso pode ser nocivo. Limite o tempo de exposição a notícias negativas e escolha fontes confiáveis.


3. Foque no que está ao seu alcance

Pequenas ações no cotidiano — como reduzir o desperdício, usar transporte sustentável e apoiar iniciativas ambientais — ajudam a recuperar a sensação de controle.


4. Conecte-se a comunidades engajadas

Participar de grupos que atuam em causas ambientais traz um sentimento de pertencimento e aumenta a resiliência emocional.


5. Pratique autocuidado psicológico

Atividades como meditação, exercícios físicos e momentos de lazer ajudam a regular o estresse e a ansiedade.


6. Procure apoio profissional

Se os sintomas estiverem intensos e persistirem, buscar a ajuda de um psicólogo é fundamental. A terapia pode oferecer ferramentas eficazes para lidar com a ecoansiedade.


O papel da psicologia diante da crise climática

A psicologia desempenha um papel cada vez mais relevante nesse contexto. Profissionais da área estão desenvolvendo abordagens específicas para acolher pacientes que apresentam sintomas relacionados à ecoansiedade.


Entre elas, destacam-se:


  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC), que ajuda a reestruturar pensamentos catastróficos.

  • Mindfulness e técnicas de atenção plena, que ensinam a focar no presente em vez de se prender ao medo do futuro.

Intervenções comunitárias, que fortalecem laços sociais e promovem esperança coletiva.


Transformando ansiedade em ação

A ecoansiedade é um reflexo da nossa consciência sobre a crise climática. Embora traga sofrimento, também pode ser uma oportunidade de mudança tanto no nível individual quanto coletivo.


O grande desafio é encontrar um equilíbrio saudável entre preocupação e ação. Isso significa cuidar da saúde mental, filtrar informações, praticar autocuidado e, ao mesmo tempo, buscar atitudes sustentáveis que tragam esperança para o futuro.


Em vez de paralisar, a ecoansiedade pode se tornar um combustível para um estilo de vida mais consciente e para um planeta mais saudável. Afinal, cuidar do mundo também é uma forma de cuidar de si.


Como está a sua ansiedade? Vamos conversar: https://www.pontualpsiquiatria.com.br/agenda-online


 
 
 

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