
Se você tem misofonia pode sentir raiva, irritação ou até pânico ao ouvir sons específicos, como alguém mastigando perto de você, bocejando ou até respirando.
De fato, para a maioria das pessoas esses barulhos não incomodam e passam despercebidos, mas para alguém com o distúrbio pode ser absurdamente incômodo.
Apesar de não ser considerada um transtorno mental, pode estar associada a outras condições, como ansiedade, TOC e autismo.
Além disso, a misofonia também não é um distúrbio auditivo, pois pessoas com o problema geralmente têm um sistema auditivo normal.
Se você quer entender mais sobre o assunto, acompanhe nosso post.
O que é misofonia
A misofonia é reconhecida cientificamente desde os anos 2000. Sua origem não é clara, mas pode estar relacionada a fatores genéticos, neurológicos ou ambientais.
A idade de início dos sintomas de misofonia pode variar, mas geralmente começa na infância, por volta dos 9 aos 13 anos.
A principal característica da misofonia é a aversão desproporcional a alguns sons que leva a pessoa a uma descarga emocional negativa. Muitas vezes, ela pode sentir ódio, raiva intensa, irritabilidade e até sintomas físicos, como taquicardia, palpitação e sudorese.
Conheça os principais sintomas da misofonia
De acordo com publicação no site O Globo, dados da Universidade de São Paulo revelam que cerca de 150 mil pessoas recebem o diagnóstico de misofonia anualmente no Brasil.
Os principais sintomas são:
Irritação extrema aos ruídos
Raiva, ódio e ansiedade
Tensão muscular
Dificuldade de concentração
Estouros emocionais
Repulsa ou nojo de certos ruídos
Isolamento social
Vergonha por reações a sons
Reações agressivas
Agitação
Taquicardia, palpitação e sudorese
Entenda as causas e fatores de risco
Embora os especialistas ainda estejam tentando entender completamente por que o problema acontece, acredita-se que uma mistura de causas esteja por trás dessa sensibilidade aos sons:
Evidências sugerem que a misofonia possa ter raízes genéticas, já que relatos indicam sua presença em diversas gerações de algumas famílias.
Em outros casos, ela pode ser resultado de aprendizado e condicionamento, uma espécie de resposta que desenvolvemos a sons específicos ao longo do tempo.
Alterações neurológicas também entram na lista de possíveis causas, ao afetar diretamente como percebemos e processamos os sons ao nosso redor.
Fatores ambientais, como a exposição repetida a determinados ruídos, também podem influenciar no desenvolvimento dessa condição.
Além disso, a misofonia muitas vezes aparece acompanhada de outros transtornos, como ansiedade, TOC, autismo e hiperacusia, o que pode intensificar ainda mais a aversão a sons específicos.
Principais sons e gatilhos
Na misofonia alguns sons específicos são gatilhos para os quadros de explosão e descontrole emocional.
Alguns exemplos de sons que podem incomodar incluem:
Respiração ruidosa ou ofegante
Tosses e espirros
Mastigação
Digitação de teclado
Clicar a caneta
Usar talheres
Tamborilar os dedos
Mexer como chaves
Abrir papel de bala e de pipoca
Arrastar chinelo e o barulho de salto alto no chão
Barulho de digestão
Cortar unhas
Estalar os dedos
Barulho de chiclete
Barulho de líquidos com canudo
Barulho de deglutição
Barulho de pessoas engolindo
Barulho de pessoas bebendo líquidos
Barulho de pessoas soprando o nariz
Barulho de pessoas roncando
Barulho de animais, como latidos e miados
Tipos de tratamento para misofonia
Para ter o diagnóstico é preciso passar por uma avaliação clínica detalhada por um especialista, geralmente um otorrinolaringologista, neurologista ou psiquiatra.
É bom lembrar que o médico considera os sintomas relatados pelo paciente, seu histórico e a ocorrência de gatilhos específicos.
Além disso, testes auditivos podem ser realizados para descartar outros problemas auditivos.
O tratamento pode incluir técnicas como:
Terapia de dessensibilização
Neurofeedback
Medicamentos (em alguns casos)
Uso de protetores ou dispositivos auriculares
Técnicas de relaxamento e mindfulness
Vale lembrar que o que ajuda uma pessoa pode não ajudar outra da mesma maneira, e encontrar o tratamento certo geralmente significa testar opções até achar o que mais combina com você.
Diferença entre Misofonia e Hiperacusia
A misofonia e a hiperacusia são relacionadas à sensibilidade ao som, mas apresentam diferenças em termos de manifestações e sintomas.
Misofonia (como vimos) é a reação negativa a sons específicos, mas não é que o som seja alto demais; e sim sobre o tipo de som.
Por exemplo, o barulho de alguém clicando uma caneta pode fazer alguém com misofonia querer sair correndo da sala.
É como se o cérebro dessas pessoas estivesse programado para reagir de forma exagerada a certos barulhos.
Hiperacusia, por outro lado, é quando o volume dos sons é o problema.
Pessoas com hiperacusia acham que quase todos os sons são muito altos e isso pode causar desconforto ou até dor.
Para eles, o som de uma conversa normal pode parecer um show de rock no volume máximo.
Então, basicamente, a misofonia é sobre o tipo de som que te irrita, enquanto a hiperacusia é quando quase todos os sons parecem estar no volume máximo.
Tecnologia e misofonia: aparelhos que ajudam a controlar os sintomas
A tecnologia traz soluções promissoras para ajudar quem sofre de misofonia a controlar os sintomas e melhorar sua qualidade de vida.
Fones de ouvido com cancelamento de ruído são ótimas opções que reduzem a exposição a sons desagradáveis e permitem foco nas atividades diárias. Muitos desses fones são portáteis e práticos em diferentes situações.
Dispositivos e aplicativos que emitem ruído branco ou rosa também são bem úteis. Eles podem mascarar ruídos e atenuam a sensibilidade, proporcionando alívio.
Aplicativos específicos para misofonia oferecem desde listas personalizáveis de sons até exercícios de relaxamento que ajudam no controle da ansiedade e irritabilidade.
Conclusão
Enfim, esperamos que esse post possa ter te ajudado a entender melhor sobre a misofonia. Se você passa pelo problema, saiba que a psicoterapia pode ajudar muito.
Ela é uma alternativa amplamente usada e que tem ajudado inúmeros pacientes na superação do problema.
Na Pontual Psiquiatria você conta com um quadro de profissionais completo de psicólogos, psiquiatras e psicoterapeutas com especialização em abordagens terapêuticas para o distúrbio.
Agende sua consulta e vamos juntos rumo à transformação que pode te ajudar a melhorar seu bem estar e qualidade de vida.
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