
Se sons normais parecem insuportavelmente altos ou perturbadores para você, é possível que esteja enfrentando a hiperacusia.
Classificado como um distúrbio na percepção do volume, a condição causa desconforto como sensação de zumbido, pressão e hipersensibilidade.
Mas, o que realmente significa viver com hiperacusia, e como isso afeta o dia a dia das pessoas? Vamos falar mais sobre o assunto a seguir, acompanhe!
O que é hiperacusia?
O termo "hiperacusia" vem das palavras gregas "hiper", que significa excessivo, e "akousis", que significa audição.
Porém, o nome não reflete com precisão a condição, pois não implica aumento da capacidade auditiva, mas sim aumento da intolerância ao volume sonoro.
Aproximadamente um terço das pessoas que ouvem sons fantasmas, como zumbido ou zumbido, apresentam hiperacusia.
No Brasil, a prevalência de hiperacusia na população geral é incerta, mas estudos mostram que entre 25 a 40% dos pacientes com zumbido também têm hiperacusia.
Vamos saber mais?
Entenda os sintomas da hiperacusia
Os sintomas incluem desconforto ou dor em um ou ambos os ouvidos, pressão no ouvido e sensação de zumbido dentro do ouvido quando exposto a certos ruídos.
A hiperacusia também pode estar relacionada a outros problemas como ansiedade, depressão, perda auditiva, tinnitus (zumbido no ouvido), e até mesmo a distúrbios neurológicos.
Além disso, podem ocorrer:
Irritação ou estresse quando exposto a certos sons
Evitação de ambientes barulhentos
Dificuldade de concentração em tarefas
Fadiga e tensão
Alterações de humor
Problemas de sono
Conheça as causas da hiperacusia
A hiperacusia pode atingir qualquer idade e sexo e ser causada por vários fatores, como:
Lesão no ouvido interno pela exposição prolongada a ruídos altos.
Traumas físicos que afetam o ouvido ou o cérebro.
Distúrbios neurológicos como a doença de Lyme, fibromialgia e esclerose múltipla.
Procedimentos cirúrgicos que envolvem o ouvido.
Doenças virais e infecções, como herpes zoster oticus (herpes no ouvido.
Transtornos psiquiátricos, ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Disfunção da tuba auditiva, que conecta o ouvido médio à parte de trás da garganta.
Síndrome de Bell (paralisia facial) que pode afetar um dos lados do rosto.
Alterações cerebrais no processamento central de som.
Como é feito o diagnóstico da hiperacusia?
Se você acha que sons comuns do dia a dia se tornaram estranhamente incômodos ou dolorosos, pode estar se perguntando: "Será que eu tenho hiperacusia?"
Afinal, como os médicos chegam a esse diagnóstico?
A seguir listamos um guia simples para entender como a hiperacusia é diagnosticada:
Primeiro Passo: A Conversa
Seu médico vai querer saber exatamente o que você está sentindo. Descreva os sons que causam desconforto, como afetam seu dia a dia, e qualquer outro sintoma que esteja passando.
Essa conversa é importante já que muitas vezes a hiperacusia anda de mãos dadas com outros problemas auditivos.
Avaliação Auditiva
O próximo passo é a avaliação auditiva completa. Isso normalmente requer testes em uma cabine à prova de som, onde você ouvirá uma série de sons através de fones de ouvido.
O objetivo é determinar o menor volume que provoca desconforto, o que ajuda a medir sua sensibilidade auditiva.
Avaliação Médica
Além dos testes de audição, o médico pode realizar uma inspeção física do seu ouvido, para descartar quaisquer problemas estruturais ou infecções que possam estar contribuindo para a sensibilidade.
Em alguns casos, são solicitados exames de imagem, como uma ressonância magnética, especialmente se houver suspeita de causa neurológica.
Considerando o Aspecto Psicológico
Já que a hiperacusia pode afetar profundamente a qualidade de vida e está muitas vezes relacionada a condições psicológicas como ansiedade e depressão, seu médico também pode explorar esses aspectos.
Nesse caso, pode haver o encaminhamento para um psicólogo ou psiquiatra como parte do processo de diagnóstico.

E se eu for diagnosticado? Conheça os tratamentos disponíveis
Se você for diagnosticado com hiperacusia, é fundamental discutir as opções de tratamento.
Fique tranquilo, pois existem formas de gerenciar os sintomas e melhorar sua qualidade de vida. Então, vamos falar sobre os tipos de tratamento agora?
Terapia de reabilitação auditiva
Ajuda a reeducar o cérebro e reduz a sensibilidade aos sons. O processo é chamado de dessensibilização e pode ajudar o paciente a tolerar sons que antes eram desconfortáveis ou até dolorosos.
Aconselhamento e terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Para muitas pessoas, a hiperacusia é mais do que apenas uma questão física; ela também afeta o campo emocional e mental.
A TCC pode ser ajudar na forma como você responde e pensa sobre os sons, reduzindo a ansiedade e o estresse que costumam acompanhar a hiperacusia.
Medicação
Embora não existam medicamentos específicos para a hiperacusia, o tratamento pode ser feito com medicamentos para tratar condições relacionadas.
Proteção auditiva personalizada
Em alguns casos, o uso de protetores auditivos personalizados pode ser recomendado para proteger os ouvidos de exposições sonoras que provocam desconforto.
Assim, é possível participar melhor de atividades que, de outra forma, seriam evitadas.
Terapias alternativas
Algumas pessoas encontram alívio através de terapias alternativas ou complementares, como acupuntura, meditação ou yoga, que melhoram o estresse e trazem relaxamento.
Como a psicoterapia pode ajudar quem sofre com hiperacusia?
A psicoterapia pode ajudar a identificar e tratar quaisquer fatores psicológicos que contribuam para a ocorrência da hiperacusia.
Exercícios de relaxamento, respiração controlada e técnicas de distração também costumam ser utilizadas.
Leia sobre mindfulness aqui.
Além disso, outra técnica utilizada na psicoterapia é a mudança de percepção e a atitude em relação ao som, o que ajuda a reduzir a sensibilidade e a angústia associadas à hiperacusia.
Conclusão
Chegamos ao fim da nossa conversa sobre hiperacusia, esperamos que você esteja se sentindo mais esclarecido e, quem sabe, até um pouco mais esperançoso.
A verdade é que conviver com o problema pode ser difícil e, às vezes, assustador. Os sons que outros mal notam se tornam obstáculos diários gigantes para quem sofre com o distúrbio.
Mas aqui está a boa notícia: há um mundo inteiro de suporte e tratamento esperando para te ajudar.
Então, se você ou alguém que conhece está na luta contra essa sensibilidade extrema aos sons, lembre-se: há esperança e há ajuda.
Procure um profissional de saúde, conheça as opções de tratamento na Pontual Psiquiatria e dê início a uma nova fase da sua vida.
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