A autoestima influencia tanto a maneira como nos vemos quanto como nos relacionamos com o mundo a nossa volta. Sob o olhar da psicologia e da psiquiatria, a autoestima é vista em duas dimensões principais:
Autoestima Global: Representa a avaliação que possuímos de nós mesmo de forma ampla.
Autoestima Específica: Corresponde como nos avaliamos em diferentes aspectos da vida, como o acadêmico, o físico e o social.
Importante lembrar que a autoestima não é fixa ou imutável. Na realidade, ela é um processo que está em constante transformação e possui várias facetas.
Tudo pode interferir na nossa autoestima, como nossas vivências pessoais, interações sociais, crenças e até mesmo as influências culturais que nos cercam.
Neste artigo, procuramos te mostrar formas de melhorar sua autoestima para uma conquistar uma vida mais leve e plena. Acompanhe até o final!
A relação entre a autoestima e a saúde mental
Embora os problemas com a autoestima não sejam considerados transtornos mentais, estudos indicam que pessoas com autoestima baixa ou excessivamente alta estão mais propensas a desenvolver distúrbios, como depressão, ansiedade e vício em substâncias químicas.
Por outro lado, uma autoestima equilibrada pode atuar como um verdadeiro escudo contra o estresse e as adversidades. Por isso, trabalhar a autoestima já se tornou parte do tratamento de vários problemas de saúde mental.
Autoestima na psicologia
No universo da psicologia, a autoestima é percebida como peça fundamental da nossa identidade, que impulsiona nossa motivação, influencia a performance e o modo como nos comportamos.
A Teoria do Autodeterminismo, propõe que a autoestima é moldada por três necessidades psicológicas essenciais:
Necessidade de Competência: A sensação de ser capaz e eficiente.
Necessidade de Autonomia: O desejo de ter controle sobre as próprias ações.
Necessidade de Pertencimento: O anseio de se sentir conectado aos outros.
Portanto, reconhecer e alimentar essas necessidades te ajudará a nutrir sua autoestima e, consequentemente, te levará a ter uma vida mais satisfatória e equilibrada.
Fatores que afetam a autoestima
Vários fatores podem afetar sua autoestima, podemos dizer que há uma interação de fatores físicos, biológicos e psicológicos.
Fatores físicos, como a aparência estética: Pessoas que não se encaixam em padrões sociais de beleza, geralmente desenvolvem uma autoestima mais baixa.
Do ponto de vista biológico, desequilíbrios hormonais e doenças genéticas também contribuem para uma autoestima menor. A depressão, por exemplo, muitas vezes associada a alterações neuroquímicas, pode levar a sentimentos de inutilidade e a autoestima negativa.
Fatores psicológicos, também afetam a autoestima, como o ambiente familiar e a presença do abuso ou negligência.
Baixa autoestima e autoestima excessiva: dois extremos prejudiciais
Muitos pensam que apenas os níveis baixos de autoestima possam ser prejudiciais. Isso é um erro, pois a autoestima excessiva também é igualmente nociva.
Enquanto a baixa autoestima está associada a falta de confiança e insegurança, a autoestima excessiva pode levar a uma avaliação inflada de si mesmo, falta de empatia com o próximo e comportamentos de risco.
Além disso, quando uma autoimagem inflada é ameaçada, os indivíduos costumam reagir com raiva ou até mesmo agressão.
Nesse ponto, é fundamental estabelecermos uma distinção entre a autoestima excessiva e o narcisismo: apesar desses termos serem frequentemente associados, eles representam conceitos diferentes.
O narcisismo está vinculado a determinados transtornos de personalidade, como o Transtorno de Personalidade Narcisista, além de estar relacionado a um risco elevado de depressão e ansiedade.
O que estudiosos falam sobre a autoestima
Ao longo da história, vários teóricos contribuíram para o nosso entendimento sobre autoestima. Um exemplo proeminente é a Hierarquia das Necessidades de Maslow, que coloca a autoestima como um dos cinco níveis de necessidades humanas.
Para Maslow, a autoestima envolve dois componentes principais: respeitar o outro e ter respeito próprio. Ele argumentava que a falta de cumprimento dessas necessidades poderia levar a sentimentos de inferioridade, fraqueza e desamparo.
Já Nathaniel Branden, um psicoterapeuta canadense-americano, argumentou que a autoestima é a única necessidade humana que não podemos delegar a outros, e propôs que ela se baseia em seis pilares:
Práticas Conscientes: significa permanecer presente e atento às nossas ações, pensamentos e sentimentos, sem julgamentos precipitados.
Aceitação de Si Mesmo: é reconhecer e aceitar nossas qualidades, falhas e peculiaridades.
Responsabilidade por Si Mesmo: Implica na assunção de responsabilidade por nossas próprias ações, pensamentos e sentimentos.
Afirmação de Si Mesmo: significa ter respeito e expressar honestamente nossas necessidades e desejos.
Vivência do Propósito: Consiste em definir e seguir objetivos pessoais que nos proporcionam um sentido de direção e realização na vida.
Integridade Pessoal: Refere-se à consistência entre nossos valores, palavras e ações. Quando agimos de acordo com nossos princípios, fortalecemos a autoestima.
Encontrando o equilíbrio para uma autoestima saudável
Primeiro, é essencial que você procure cultivar a autocompreensão e a autocompaixão. A autocompreensão requer o conhecimento honesto de suas forças, fraquezas, valores e objetivos.
A autocompaixão, por outro lado, é você se tratar com bondade e compreensão, em vez de autocrítica severa.
Outras coisas podem te ajudar nesse processo, como a prática de terapias como o mindfulness, que envolve estar plenamente presente e conectado com o seu momento atual.
Leia nosso artigo “O que é Mindfulness: conheça essa prática” para entender mais sobre a terapia.
Em última análise, ter autoestima saudável não significa acreditar que somos melhores do que os outros ou perfeitos em todas as áreas. Na verdade, significa reconhecer nosso valor e aceitar que somos seres falíveis, mas ao mesmo tempo únicos e dignos de respeito.
Como melhorar sua autoestima
Abaixo listamos algumas estratégias para você começar e aplicar hoje mesmo para melhorar sua autoestima.
Busque autoconhecimento: para melhorar a autoestima, é essencial conhecer a si mesmo, entender suas preferências, valores e metas pessoais.
Cuide-se mais: cuidar da aparência e zelar por si mesmo não é frescura. É importante vestir-se bem, manter uma boa higiene pessoal, fazer exercícios físicos. Essas atitudes melhoram nossa vida em geral.
Comunique-se: aprenda a expressar suas ideias e opiniões com confiança, isso contribuirá para elevar a percepção de seu próprio valor, tanto para si mesmo quanto para os outros.
Evite o perfeccionismo: buscar a perfeição pode ser prejudicial para a autoestima. Em vez disso, concentre-se no progresso pessoal e aceite que cometer erros faz parte do processo de aprendizado.
Concentração e dedicação: estabeleça rotinas e comprometa-se a praticar aquilo que deseja desenvolver, seja estudar, ficar bom em um esporte, seguir uma profissão. Visualizar o pequeno progresso alcançado diariamente aumenta nossa autoestima.
Agora que chegamos ao final do artigo, aproveite e siga a Pontual Psiquiatria nas redes sociais para não perder nenhum de nossos conteúdos.
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