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Foto do escritorRochelle Affonso Marquetto

Dependência Digital: Como o enredo de "Travessia" nos alerta aos perigos da Sociedade Moderna


capa artigo dependência digital

Em cenas que têm dominado as conversas das redes sociais e dos grupos de amigos, a novela "Travessia" da Globo trouxe à tona uma temática extremamente relevante no cenário atual: a dependência digital.


O jovem Theo (Ricardo Silva), imerso em um mundo virtual, manifesta sinais evidentes de um transtorno que a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou como doença em 2022: a dependência em jogos eletrônicos.


Mas, afinal, onde está a linha tênue entre o uso recreativo e o comportamento patológico?

Este artigo busca se aprofundar nos meandros desse novo tipo de dependência que acomete a sociedade contemporânea.


Compreendendo a Dependência em Jogos Eletrônicos


Jogar por horas pode parecer uma atividade inofensiva para muitos. Para outros, pode ser um escape, uma pausa da rotina estressante.


Entretanto, como destacado na trama de "Travessia", quando essa atividade começa a impactar áreas vitais da vida de uma pessoa, como relações pessoais, desempenho educacional e responsabilidades ocupacionais, pode-se estar diante de um cenário de dependência.


A OMS destaca que, para ser classificado como transtorno, o comportamento relacionado aos jogos eletrônicos deve ser persistente por pelo menos 12 meses.

No entanto, a intensidade e os impactos desse comportamento podem variar de pessoa para pessoa.


A psicoterapeuta Rochelle Affonso Marquetto, da Pontual Psiquiatria, salienta que o “diagnóstico se estabelece quando há ampla carga de sofrimento e forte impacto negativo na vida do indivíduo”.


O Reconhecimento e a Negação da Dependência


Um dos aspectos mais complicados desse transtorno é o reconhecimento.


Muitas vezes, como visto na história de Theo, o indivíduo não percebe ou simplesmente não aceita que sua relação com o jogo ultrapassou os limites da saúde.


Esse cenário é ainda mais complexo quando os familiares e amigos, aqueles que geralmente percebem a mudança de comportamento, se veem na difícil tarefa de confrontar o ente querido e sugerir a busca por ajuda profissional.


Em outros casos, a pessoa até pode identificar que algo não está certo, mas adia repetidamente a decisão de procurar tratamento.


Essa procrastinação pode ser motivada pelo medo, negação ou mesmo pela esperança de que, de alguma forma, o problema se resolverá por si só.


Os Efeitos Físicos e Psicológicos da Dependência Digital


Não é apenas a mente que se vê afetada pela dependência digital, o corpo também manifesta sinais.

Quando dentro no mundo virtual, muitos negligenciam necessidades básicas, resultando em:


  • Distúrbios do sono: Horas excessivas em frente à tela, especialmente à noite, podem alterar o ritmo circadiano, levando a insônia ou sono de baixa qualidade.


  • Problemas de visão: Exposição prolongada às telas pode causar tensão ocular, secura e visão embaçada.


  • Desconforto musculoesquelético: Posturas inadequadas por longos períodos podem causar dores nas costas, pescoço e mãos.


Além desses impactos físicos, os efeitos psicológicos são ainda mais profundos:


  • Isolamento social: A preferência pelo mundo virtual pode levar ao distanciamento de amigos e familiares.


  • Depressão e ansiedade: A constante necessidade de estar online e a sensação de perda quando desconectado podem agravar quadros de depressão e ansiedade.


Baixa autoestima: Comparação constante com outros usuários, especialmente em redes sociais, pode corroer a autoimagem.


Dependência Digital: O Isolamento Tecnológico e Seus Impactos na Sociedade Brasileira


A Mundo Educação - UOL trouxe à tona um aspecto preocupante sobre esse tema em um de seus artigos.


Não se referindo apenas a usar a internet frequentemente, mas a um comportamento compulsivo que pode levar ao isolamento social.


Segundo o artigo, enquanto alguns países já classificam essa dependência como uma patologia psiquiátrica, no Brasil, ela é considerada um transtorno.


O mais alarmante é a comparação feita entre a dependência digital e a alcoólica, sublinhando a seriedade desse problema.


É essencial estar ciente e tratar esse comportamento, especialmente em jovens, para garantir um relacionamento saudável com a tecnologia.






Estratégias de Prevenção e Gerenciamento da Dependência Digital


Identificar e admitir a dependência é o caminho, mas como podemos efetivamente prevenir ou gerenciar esse transtorno?


  • Estabelecer limites claros: Defina horários específicos para o uso de dispositivos digitais e faça pausas regulares.

  • Ambiente saudável: Crie um espaço ergonômico para o uso de dispositivos, garantindo boa postura e iluminação adequada.


  • Conexão real: Reserve um tempo para interações face a face, atividades ao ar livre e hobbies que não envolvam tecnologia.


  • Busca por ajuda profissional: Em casos mais graves, é fundamental consultar especialistas para um tratamento adequado.

A Educação Digital no Mundo Contemporâneo



Não podemos negar a importância da tecnologia em nossas vidas, mas como garantir que as futuras gerações tenham uma relação saudável com ela?


  • Educação desde cedo: Ensinar as crianças sobre os benefícios e riscos do uso da tecnologia, estabelecendo limites e horários.


  • Modelo de comportamento: Os adultos devem servir como exemplo, demonstrando um uso equilibrado e consciente da tecnologia.


  • Programas de conscientização: Escolas e comunidades podem promover programas que ensinem sobre a dependência digital, suas causas e consequências.


Terapias Inovadoras para a Dependência Digital



Em resposta ao crescimento da dependência digital, especialistas de diversas áreas têm se unido para criar abordagens terapêuticas inovadoras.

Estas não apenas tratam os sintomas, mas também ajudam os indivíduos a desenvolver uma relação mais equilibrada com a tecnologia:


  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Esta terapia, já utilizada em várias outras dependências, ajuda o indivíduo a identificar padrões de pensamento e comportamento problemáticos relacionados ao uso da tecnologia e a desenvolver estratégias para alterá-los.


  • Realidade Virtual (RV): Por mais paradoxal que pareça, a RV está sendo usada como uma ferramenta terapêutica. Através de simulações, os pacientes são expostos a cenários que desencadeiam sua necessidade de uso digital, aprendendo a gerenciar sua ansiedade em um ambiente controlado.


  • Terapias de Grupo: Compartilhar experiências com outros que enfrentam desafios semelhantes pode ser extremamente benéfico. Esses grupos proporcionam um espaço seguro para discussão, apoio mútuo e aprendizado.


  • Retiros Digitais: Estes são espaços onde as pessoas se desligam completamente da tecnologia, geralmente em ambientes naturais, que trazem uma "desintoxicação" e a reconexão consigo mesmos e com o mundo ao seu redor.


Conclusão: Reconectando-se com o Essencial


O caso de Theo, da novela "Travessia", não é apenas uma ficção, mas um reflexo da realidade de muitos indivíduos na era contemporânea.


A dependência digital, com seus multifacetados impactos na saúde física e mental, é um problema que nossa sociedade enfrenta.


Mas, ao mesmo tempo, estamos armados com conhecimento, métodos e terapias modernas que nos ajudam a superar esse obstáculo.


É indispensável reconhecer que a tecnologia, em si, não é a vilã.

Ela é um recurso importante que, quando usado com consciência e moderação, pode enriquecer nossas vidas de inúmeras maneiras.


O segredo reside em encontrar o equilíbrio, em estabelecer limites saudáveis e em não perder de vista as conexões humanas autênticas que nos tornam verdadeiramente completos.


No final, trata-se de uma “travessia de autodescoberta”, onde cada um de nós tem o poder de definir como queremos que nossa relação com o mundo digital se desenrole.


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