A compulsão alimentar é um distúrbio complexo e muitas vezes mal interpretado, que afeta profundamente a saúde mental e física de milhões de pessoas ao redor do mundo.
Caracterizado por episódios frequentes de ingestão descontrolada de alimentos, este transtorno vai além do simples ato de comer demais ocasionalmente.
Sua gravidade é medida pela frequência dos episódios de compulsão, sendo necessário que ocorram pelo menos uma vez por semana durante três meses para serem considerados parte de um padrão compulsivo.
Este artigo busca explicar as causas, os sintomas e as estratégias de tratamento da compulsão alimentar.
A Ciência por trás da Compulsão Alimentar
Recentemente, a ideia de que a comida pode ter um efeito viciante no cérebro está ganhando mais aceitação no campo da pesquisa científica.
Estudos mostram que o consumo de alimentos ricos em açúcar, gordura e sal podem ativar as mesmas áreas cerebrais estimuladas por drogas viciantes, como cocaína e heroína.
Esses alimentos provocam a liberação de substâncias químicas que promovem sensações de prazer, como a dopamina.
Essa experiência prazerosa pode levar a um desejo crescente de consumir mais desses alimentos, pavimentando o caminho para o desenvolvimento de um ciclo compulsivo de alimentação.
Causas da Compulsão Alimentar
A compulsão alimentar pode decorrer de fatores como o estresse ou mudanças hormonais.
Além disso, pode ser um hábito desenvolvido por influência de outras pessoas, como ver familiares comendo demais. Muitas vezes a compulsão começa por razões emocionais.
Causas psicológicas, como comer para aliviar o estresse, tédio, tristeza ou mau humor, costumam levar à compulsão alimentar.
Alimentos saborosos também podem fazer você querer comer mais, mesmo quando não está realmente com fome.
Isso acontece porque os prazeres que você sente ao comer podem substituir a sensação de estar satisfeito.
Compulsão Alimentar e Vício em Comida
Em geral a compulsão alimentar é comparada a um hábito viciante, onde você fica obcecado por um comportamento prazeroso, como jogar ou fazer compras.
Quando se está viciado em comida, é comum perder o controle sobre o quanto se come e antecipar os efeitos emocionais de comer de forma compulsiva.
Os estudiosos acreditam que a dependência em relação à comida pode ser um fator importante na obesidade.
No entanto, mesmo se você não estiver acima do peso, ainda é possível ter esse tipo de dependência.
Quando se está viciada em comida, a pessoa não consegue parar de comer mesmo quando isso traz problemas, como ganho de peso ou dificuldades nos relacionamentos.
Compulsão Alimentar Sintomas:
Alguns critérios para diagnosticar os sintomas da compulsão alimentar incluem:
Comer muito mais do que o normal em até duas horas.
Sentir que não consegue controlar o quanto come.
Ter esses episódios de comer demais pelo menos uma vez por semana durante vários meses.
Sentir-se mal ou odiar a si mesmo por causa da compulsão.
Comer muito rápido
Sentir nojo ou culpa depois de comer muito
Comer grandes quantidades de comida mesmo sem estar com fome
Comer até não conseguir mais fisicamente
Esconder seus hábitos alimentares por vergonha
Mudanças rápidas de peso
Problemas gastrointestinais
Comer quando não está com fome ou em resposta a estresse emocional.
Comer escondido, evitar comer socialmente.
Planejar a rotina em torno da compulsão alimentar.
Guardar alimentos escondidos.
Pensar obsessivamente em comida.
Dietas frequentes, com flutuações de peso ou sem perda de peso.
Sentir culpa, remorso ou ter baixa autoestima ligados à compulsão.
Acumular comida
Quão comum é a Compulsão Alimentar?
A compulsão alimentar é muito comum. No Brasil, estima-se que a compulsão alimentar afeta cerca de 4,7% da população, sendo mais comum em mulheres e adolescentes.
Além disso, a compulsão alimentar pode resultar em ganho de peso excessivo e desenvolvimento de outros distúrbios psicológicos, como depressão ou bulimia
Causas da Compulsão Alimentar
Ainda não é totalmente certo o que causa o transtorno da compulsão alimentar. Os cientistas acham que pode ser uma mistura de fatores como genética, emoções e ambiente.
Estudos indicam que se alguém na família tem problemas com controle de impulsos, essa pessoa pode ter mais chance de desenvolver compulsão alimentar.
Também, há uma ligação entre esse transtorno e a depressão, mas não está claro se a depressão causa o transtorno ou se é o contrário.
Fazer dietas muito restritivas também pode desencadear a compulsão.
Compulsão Alimentar e Bulimia Nervosa
A principal diferença entre bulimia nervosa e compulsão alimentar é que, na bulimia, a pessoa tenta eliminar as calorias que consumiu, seja através de vômito, uso excessivo de laxantes, ou fazendo muito exercício.
Já na compulsão alimentar, a pessoa não faz isso; a compulsão geralmente termina depois de comer.
Mas, algumas pessoas com compulsão alimentar podem entrar em ciclos de dieta rigorosa.
Elas tentam comer menos calorias antes de ter um episódio de compulsão ou tentam fazer dieta depois de uma compulsão para compensar.
Tratamento para Compulsão Alimentar
O tratamento da compulsão alimentar deve ser personalizado, dependendo das necessidades específicas de cada paciente.
Abaixo, listamos algumas abordagens comuns de tratamento:
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC):
Foco no Presente: A TCC ajuda a identificar e mudar pensamentos e comportamentos não saudáveis relacionados à alimentação.
Autoconsciência: Encoraja o reconhecimento de gatilhos que levam à compulsão alimentar.
Estratégias Práticas: Ensina a lidar com situações difíceis, como resistir a impulsos de comer compulsivamente.
Terapia Psicológica:
Terapia Individual: Sessões um-a-um para abordar questões pessoais e desenvolver estratégias de enfrentamento.
Terapia de Grupo: Oferece suporte e compreensão através da partilha de experiências com outros que enfrentam desafios semelhantes.
Terapia Familiar: Envolve membros da família no tratamento para melhorar a dinâmica familiar e o suporte em casa.
Medicação:
Antidepressivos: Podem ser prescritos para tratar condições coexistentes, como depressão ou ansiedade.
Medicamentos Específicos: Em alguns casos, medicamentos destinados a tratar a compulsão alimentar podem ser recomendados pelo médico.
Tratando Condições Associadas:
Abordagem Integrada: Importante tratar quaisquer transtornos psicológicos coexistentes, como depressão ou transtornos de ansiedade.
Avaliação Médica Completa: Necessária para identificar e tratar quaisquer condições físicas relacionadas.
Estratégias de Autocuidado:
Atividade Física Regular: Ajuda a melhorar o humor e reduzir a ansiedade.
Diário Alimentar: Manter um registro pode ajudar a identificar padrões e gatilhos para a compulsão alimentar.
Técnicas de Relaxamento: Práticas como meditação ou ioga podem ser úteis para controlar o estresse e a ansiedade.
Educação Nutricional:
Consultas com Nutricionistas: Para desenvolver um plano alimentar saudável e sustentável.
Aprendizado sobre Alimentação Balanceada: Compreender a importância de uma dieta equilibrada e como isso afeta a saúde geral.
Suporte Contínuo:
Acompanhamento Regular: Com um terapeuta ou médico para monitorar o progresso.
Ao se aprofundar nestas técnicas, é possível criar um caminho melhor e mais sustentável para resolver o problema de compulsão alimentar.
Conclusão
A compulsão alimentar é um problema sério, mas tem solução. Este artigo mostrou como é comum e que existem tratamentos. Se você se vê nessa situação, saiba que pode melhorar.
É importante pedir ajuda. Marque uma consulta hoje mesmo. Nossa equipe quer te ouvir e apoiar.
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